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Colegio Imaculada Conceicao
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<p>FIGURAS DE LINGUAGEM E HUMOR</p><p>Com exercícios</p><p>Prof. Jorge Jr.</p><p>www.profjorge.com.br</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>As figuras de linguagem se dividem em: figuras de</p><p>pensamento, palavra, sintaxe e som. Abaixo</p><p>seguem algumas das principais figuras de</p><p>linguagem.</p><p>FIGURAS DE LINGUAGEM PENSAMENTO</p><p>As figuras de pensamento são recursos de</p><p>linguagem que se referem ao significado das</p><p>palavras, ao seu aspecto semântico.</p><p>São figuras de pensamento:</p><p>Antítese:</p><p>Ocorre antítese quando há aproximação de palavras</p><p>ou expressões de sentidos opostos.</p><p>Exemplo: "Amigos ou inimigos estão, amiúde, em</p><p>posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-</p><p>nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem</p><p>o mal." (Rui Barbosa).</p><p>Apóstrofe:</p><p>Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma</p><p>pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar</p><p>presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na</p><p>análise sintática e é utilizada para dar ênfase à</p><p>expressão.</p><p>Exemplo: "Deus! ó Deus! onde estás, que não</p><p>respondes?" (Castro Alves).</p><p>Paradoxo:</p><p>Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de</p><p>palavras de sentido oposto, mas também na de</p><p>idéias que se contradizem referindo-se ao mesmo</p><p>termo. É uma verdade enunciada com aparência de</p><p>mentira. Oxímoro (ou oximoron) é outra designação</p><p>para paradoxo.</p><p>Exemplo: "Amor é fogo que arde sem se ver; / É</p><p>ferida que dói e não se sente; / É um contentamento</p><p>descontente; / É dor que desatina sem doer;"</p><p>(Camões)</p><p>Eufemismo:</p><p>Ocorre eufemismo quando uma palavra ou</p><p>expressão é empregada para atenuar uma verdade</p><p>tida como penosa, desagradável ou chocante.</p><p>Exemplo: "E pela paz derradeira (morte) que enfim</p><p>vai nos redimir Deus lhe pague". (Chico Buarque).</p><p>Gradação:</p><p>Ocorre gradação quando há uma seqüência de</p><p>palavras que intensificam uma mesma idéia.</p><p>Exemplo: "Aqui... além... mais longe por onde eu</p><p>movo o passo." (Castro Alves).</p><p>Hipérbole:</p><p>Ocorre hipérbole quando há exagero de uma idéia,</p><p>a fim de proporcionar uma imagem emocionante e</p><p>de impacto.</p><p>Exemplo: "Rios te correrão dos olhos, se chorares!"</p><p>(Olavo Bilac).</p><p>Ironia:</p><p>Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela</p><p>entonação, pela contradição de termos, sugere-se o</p><p>contrário do que as palavras ou orações parecem</p><p>exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica.</p><p>Exemplo: "Moça linda, bem tratada, / três séculos</p><p>de família, / burra como uma porta: / um amor."</p><p>(Mário de Andrade).</p><p>Prosopopéia:</p><p>Ocorre prosopopéia (ou animização ou</p><p>personificação) quando se atribui movimento, ação,</p><p>fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres</p><p>animados a seres inanimados ou imaginários.</p><p>Também a atribuição de características humanas a</p><p>seres animados constitui prosopopéia o que é</p><p>comum nas fábulas e nos apólogos, como este</p><p>exemplo de Mário de Quintana: "O peixinho (...)</p><p>silencioso e levemente melancólico..."</p><p>Exemplos: "... os rios vão carregando as queixas</p><p>do caminho." (Raul Bopp)</p><p>Um frio inteligente (...) percorria o jardim..." (Clarice</p><p>Lispector)</p><p>Perífrase:</p><p>Ocorre perífrase quando se cria um torneio de</p><p>palavras para expressar algum objeto, acidente</p><p>geográfico ou situação que não se quer nomear.</p><p>Exemplo: "Cidade maravilhosa / Cheia de encantos</p><p>mil / Cidade maravilhosa / Coração do meu Brasil."</p><p>(André Filho).</p><p>FIGURAS DE PALAVRA</p><p>As figuras de palavra consistem no emprego de um</p><p>termo com sentido diferente daquele</p><p>convencionalmente empregado, a fim de se</p><p>conseguir um efeito mais expressivo na</p><p>comunicação.</p><p>São figuras de palavras:</p><p>Comparação:</p><p>Ocorre comparação quando se estabelece</p><p>aproximação entre dois elementos que se</p><p>identificam, ligados por conectivos comparativos</p><p>explícitos - feito, assim como, tal, como, tal qual, tal</p><p>como, qual, que nem - e alguns verbos - parecer,</p><p>assemelhar-se e outros.</p><p>Exemplos: "Amou daquela vez como se fosse</p><p>máquina. / Beijou sua mulher como se fosse lógico."</p><p>(Chico Buarque);</p><p>"As solteironas, os longos vestidos negros fechados</p><p>no pescoço, negros xales nos ombros, pareciam</p><p>aves noturnas paradas..." (Jorge Amado).</p><p>Metáfora:</p><p>Ocorre metáfora quando um termo substitui outro</p><p>através de uma relação de semelhança resultante</p><p>da subjetividade de quem a cria. A metáfora</p><p>também pode ser entendida como uma comparação</p><p>abreviada, em que o conectivo não está expresso,</p><p>mas subentendido.</p><p>Exemplo: "Supondo o espírito humano uma vasta</p><p>concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso</p><p>extrair pérolas, que é a razão." (Machado de Assis).</p><p>Metonímia:</p><p>Ocorre metonímia quando há substituição de uma</p><p>palavra por outra, havendo entre ambas algum grau</p><p>de semelhança, relação, proximidade de sentido ou</p><p>implicação mútua. Tal substituição fundamenta-se</p><p>numa relação objetiva, real, realizando-se de</p><p>inúmeros modos:</p><p>- o continente pelo conteúdo e vice-versa: Antes de</p><p>sair, tomamos um cálice (o conteúdo de um cálice)</p><p>de licor.</p><p>- a causa pelo efeito e vice-versa: "E assim o</p><p>operário ia / Com suor e com cimento (com</p><p>trabalho) / Erguendo uma casa aqui / Adiante um</p><p>apartamento." (Vinicius de Moraes).</p><p>- o lugar de origem ou de produção pelo produto:</p><p>Comprei uma garrafa do legítimo porto (o vinho da</p><p>cidade do Porto).</p><p>- o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a</p><p>obra de Jorge Amado).</p><p>- o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não</p><p>devemos contar com o seu coração (sentimento,</p><p>sensibilidade).</p><p>- o símbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o</p><p>poder) foi disputada pelos revolucionários.</p><p>- a matéria pelo produto e vice-versa: Lento, o</p><p>bronze (o sino) soa.</p><p>- o inventor pelo invento: Edson (a energia elétrica)</p><p>ilumina o mundo.</p><p>- a coisa pelo lugar: Vou à Prefeitura (ao edifício da</p><p>Prefeitura).</p><p>- o instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele é um</p><p>bom garfo (guloso, glutão).</p><p>Sinédoque:</p><p>Ocorre sinédoque quando há substituição de um</p><p>termo por outro, havendo ampliação ou redução do</p><p>sentido usual da palavra numa relação quantitativa.</p><p>Encontramos sinédoque nos seguintes casos:</p><p>- o todo pela parte e vice-versa: "A cidade inteira (o</p><p>povo) viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro</p><p>sumir de ladrão, fugindo nos cascos (parte das</p><p>patas) de seu cavalo." (J. Cândido de Carvalho)</p><p>- o singular pelo plural e vice-versa: O paulista</p><p>(todos os paulistas) é tímido; o carioca (todos os</p><p>cariocas), atrevido.</p><p>- o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome</p><p>comum): Para os artistas ele foi um mecenas</p><p>(protetor).</p><p>Catacrese:</p><p>A catacrese é um tipo de especial de metáfora, "é</p><p>uma espécie de metáfora desgastada, em que já</p><p>não se sente nenhum vestígio de inovação, de</p><p>criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada</p><p>hábito lingüístico, já fora do âmbito estilístico."</p><p>(Othon M. Garcia).</p><p>São exemplos de catacrese: folhas de livro / pele</p><p>de tomate / dente de alho / montar em burro / céu</p><p>da boca / cabeça de prego / mão de direção / ventre</p><p>da terra / asa da xícara / sacar dinheiro no banco.</p><p>Sinestesia:</p><p>A sinestesia consiste na fusão de sensações</p><p>diferentes numa mesma expressão. Essas</p><p>sensações podem ser físicas (gustação, audição,</p><p>visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas).</p><p>Exemplo: "A minha primeira recordação é um muro</p><p>velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha</p><p>várias feridas no reboco e veludo de musgo.</p><p>Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e</p><p>úmida, macia [sensações táteis], quase irreal."</p><p>(Augusto Meyer)</p><p>Antonomásia:</p><p>Ocorre antonomásia quando designamos uma</p><p>pessoa por uma qualidade, característica ou fato</p><p>que a distingue.</p><p>Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo</p><p>que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um</p><p>aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome</p><p>próprio.</p><p>Exemplos: "E ao rabi simples (Cristo), que a</p><p>igualdade prega, / Rasga e enlameia a túnica</p><p>inconsútil; (Raimundo Correia). / Pelé (= Edson</p><p>Arantes do Nascimento) / O Cisne de Mântua (=</p><p>Virgílio) / O poeta dos escravos (= Castro Alves) / O</p><p>Dante Negro (= Cruz e Souza) / O Corso (=</p><p>Napoleão)</p><p>Alegoria:</p><p>A alegoria é uma acumulação de metáforas</p><p>referindo-se</p><p>ao mesmo objeto; é uma figura poética</p><p>que consiste em expressar uma situação global por</p><p>meio de outra que a evoque e intensifique o seu</p><p>significado. Na alegoria, todas as palavras estão</p><p>transladadas para um plano que não lhes é comum</p><p>e oferecem dois sentidos completos e perfeitos - um</p><p>referencial e outro metafórico.</p><p>Exemplo: "A vida é uma ópera, é uma grande ópera.</p><p>O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em</p><p>presença do baixo e dos comprimários, quando não</p><p>são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor,</p><p>em presença do mesmo baixo e dos mesmos</p><p>comprimários. Há coros numerosos, muitos</p><p>bailados, e a orquestra é excelente..." (Machado de</p><p>Assis).</p><p>FIGURAS DE SINTAXE</p><p>As figuras de sintaxe ou de construção dizem</p><p>respeito a desvios em relação à concordância entre</p><p>os termos da oração, sua ordem, possíveis</p><p>repetições ou omissões.</p><p>Elas podem ser construídas por:</p><p>a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;</p><p>b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;</p><p>c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e</p><p>hipálage;</p><p>d) ruptura: anacoluto;</p><p>e) concordância ideológica: silepse.</p><p>Portanto, são figuras de construção ou sintaxe:</p><p>Assíndeto:</p><p>Ocorre assíndeto quando orações ou palavras</p><p>deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas,</p><p>aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.</p><p>Exigem do leitor atenção maior no exame de cada</p><p>fato, por exigência das pausas rítmicas (vírgulas).</p><p>Exemplo: "Não nos movemos, as mãos é que se</p><p>estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-</p><p>se, apertando-se, fundindo-se." (Machado de Assis).</p><p>Elipse:</p><p>Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração</p><p>que facilmente podemos identificar ou subentender</p><p>no contexto. Pode ocorrer na supressão de</p><p>pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É</p><p>um poderoso recurso de concisão e dinamismo.</p><p>Exemplo: "Veio sem pinturas, em vestido leve,</p><p>sandálias coloridas." (elipse do pronome ela (Ela</p><p>veio) e da preposição de (de sandálias...).</p><p>Zeugma:</p><p>Ocorre zeugma quando um termo já expresso na</p><p>frase é suprimido, ficando subentendida sua</p><p>repetição.</p><p>Exemplo: "Foi saqueada a vida, e assassinados os</p><p>partidários dos Felipes." (Zeugma do verbo: "e</p><p>foram assassinados...") (Camilo Castelo Branco).</p><p>Anáfora:</p><p>Ocorre anáfora quando há repetição intencional de</p><p>palavras no início de um período, frase ou verso.</p><p>Exemplo: "Depois o areal extenso... / Depois o</p><p>oceano de pó... / Depois no horizonte imenso /</p><p>Desertos... desertos só..." (Castro Alves).</p><p>Pleonasmo:</p><p>Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma</p><p>idéia, isto é, redundância de significado.</p><p>a) Pleonasmo literário:</p><p>É o uso de palavras redundantes para reforçar uma</p><p>idéia, tanto do ponto de vista semântico quanto do</p><p>ponto de vista sintático. Usado como um recurso</p><p>estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à</p><p>mensagem.</p><p>Exemplo: "Iam vinte anos desde aquele dia /</p><p>Quando com os olhos eu quis ver de perto / Quando</p><p>em visão com os da saudade via." (Alberto de</p><p>Oliveira).</p><p>"Morrerás morte vil na mão de um forte." (Gonçalves</p><p>Dias)</p><p>"Ó mar salgado, quando do teu sal / São lágrimas</p><p>de Portugal" (Fernando Pessoa).</p><p>b) Pleonasmo vicioso:</p><p>É o desdobramento de idéias que já estavam</p><p>implícitas em palavras anteriormente expressas.</p><p>Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não</p><p>têm valor de reforço de uma idéia, sendo apenas</p><p>fruto do descobrimento do sentido real das palavras.</p><p>Exemplos: subir para cima / entrar para dentro /</p><p>repetir de novo / ouvir com os ouvidos / hemorragia</p><p>de sangue / monopólio exclusivo / breve alocução /</p><p>principal protagonista.</p><p>Polissíndeto:</p><p>Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de</p><p>uma conjunção coordenativa mais vezes do que</p><p>exige a norma gramatical (geralmente a conjunção</p><p>e). É um recurso que sugere movimentos</p><p>ininterruptos ou vertiginosos.</p><p>Exemplo: "Vão chegando as burguesinhas pobres, /</p><p>e as criadas das burguesinhas ricas / e as mulheres</p><p>do povo, e as lavadeiras da redondeza." (Manuel</p><p>Bandeira).</p><p>Anástrofe:</p><p>Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão</p><p>de palavras vizinhas (determinante/determinado).</p><p>Exemplo: "Tão leve estou (estou tão leve) que nem</p><p>sombra tenho." (Mário Quintana).</p><p>Hipérbato:</p><p>Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa</p><p>de membros da frase.</p><p>Exemplo: "Passeiam à tarde, as belas na Avenida. "</p><p>(As belas passeiam na Avenida à tarde.) (Carlos</p><p>Drummond de Andrade).</p><p>Sínquise:</p><p>Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta</p><p>de distantes partes da frase. É um hipérbato</p><p>exagerado.</p><p>Exemplo: "A grita se alevanta ao Céu, da gente. "</p><p>(A grita da gente se alevanta ao Céu ) (Camões).</p><p>Hipálage:</p><p>Ocorre hipálage quando há inversão da posição do</p><p>adjetivo: uma qualidade que pertence a um objeto é</p><p>atribuída a outro, na mesma frase.</p><p>Exemplo: "... as lojas loquazes dos barbeiros." (as</p><p>lojas dos barbeiros loquazes.) (Eça de Queiros).</p><p>Anacoluto:</p><p>Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano</p><p>sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a</p><p>sequência lógica. A construção do período deixa um</p><p>ou mais termos - que não apresentam função</p><p>sintática definida - desprendidos dos demais,</p><p>geralmente depois de uma pausa sensível.</p><p>Exemplo: "Essas empregadas de hoje, não se pode</p><p>confiar nelas." (Alcântara Machado).</p><p>Silepse:</p><p>Ocorre silepse quando a concordância não é feita</p><p>com as palavras, mas com a idéia a elas associada.</p><p>a) Silepse de gênero:</p><p>Ocorre quando há discordância entre os gêneros</p><p>gramaticais (feminino ou masculino).</p><p>Exemplo: "Quando a gente é novo, gosta de fazer</p><p>bonito." (Guimarães Rosa).</p><p>b) Silepse de número:</p><p>Ocorre quando há discordância envolvendo o</p><p>número gramatical (singular ou plural).</p><p>Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam."</p><p>(Mário Barreto).</p><p>c) Silepse de pessoa:</p><p>Ocorre quando há discordância entre o sujeito</p><p>expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou</p><p>escreve se inclui no sujeito enunciado.</p><p>Exemplo: "Na noite seguinte estávamos reunidas</p><p>algumas pessoas." (Machado de Assis).</p><p>FIGURAS DE SOM</p><p>Chamam-se figuras de som os efeitos produzidos</p><p>na linguagem quando há repetição de sons ou,</p><p>ainda, quando se procura "imitar" sons produzidos</p><p>por coisas ou seres.</p><p>As figuras de som são:</p><p>Aliteração:</p><p>Ocorre aliteração quando há repetição da mesma</p><p>consoante ou de consoantes similares, geralmente</p><p>em posição inicial da palavra.</p><p>Exemplo: "Toda gente homenageia Januária na</p><p>janela." (Chico Buarque).</p><p>Assonância:</p><p>Ocorre assonância quando há repetição da mesma</p><p>vogal ao longo de um verso ou poema.</p><p>Exemplo: "Sou Ana, da cama / da cana, fulana,</p><p>bacana / Sou Ana de Amsterdam." (Chico Buarque).</p><p>Paronomásia:</p><p>Ocorre paronomásia quando há reprodução de sons</p><p>semelhantes em palavras de significados diferentes.</p><p>Exemplo: "Berro pelo aterro pelo desterro / berro</p><p>por seu berro pelo seu erro / quero que você ganhe</p><p>que você me apanhe / sou o seu bezerro gritando</p><p>mamãe." (Caetano Veloso).</p><p>Onomatopéia:</p><p>Ocorre quando uma palavra ou conjunto de palavras</p><p>imita um ruído ou som.</p><p>Exemplo: "O silêncio fresco despenca das árvores.</p><p>/ Veio de longe, das planícies altas, / Dos cerrados</p><p>onde o guaxe passe rápido... / Vvvvvvvv... passou."</p><p>(Mário de Andrade).</p><p>"Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno."</p><p>(Fernando Pessoa).</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>1. (Fei 1995) Assinalar a alternativa que contém as</p><p>figuras de linguagem correspondentes aos períodos</p><p>a seguir:</p><p>I. "Está provado, quem espera nunca alcança".</p><p>II. "Onde queres o lobo sou o irmão".</p><p>III. Ele foi discriminado por sofrer de uma doença</p><p>contagiosa muito falada atualmente.</p><p>IV. Ela quase morreu de tanto estudar para o</p><p>vestibular.</p><p>a) ironia - antítese - eufemismo - hipérbole</p><p>b) eufemismo - ironia - hipérbole - antítese</p><p>c) antítese - hipérbole - ironia - eufemismo</p><p>d) hipérbole - eufemismo - antítese - ironia</p><p>e) ironia - hipérbole - eufemismo - antítese</p><p>2. (G1 1996) Identifique as figuras de linguagem</p><p>empregadas nas seguintes frases:</p><p>a) Esses livros, eu já os comprei.</p><p>b) O cheiro doce e verde do capim traziam</p><p>recordações da fazenda.</p><p>c) O vento</p><p>varreu o vale.</p><p>d) Ouviu-se um estalo seco.</p><p>e) Ela chorou um choro de alegria.</p><p>3. (G1 1996) Assinalar a alternativa que corresponda</p><p>correta e respectivamente à classificação das</p><p>figuras de linguagem nas frases a seguir:</p><p>1. "... preparadas para enfrentar a SELVA DE</p><p>ASFALTO."</p><p>2. "HORRÍVEL, mas DELICIOSO."</p><p>3. "... para não humilhá-las como a um SEXO</p><p>FRÁGIL."</p><p>4. "Mas mulher dirige mal, e feminista, PIOR."</p><p>a) ironia; metonímia; antítese; pleonasmo;</p><p>b) metáfora; elipse; pleonasmo; eufemismo;</p><p>c) metáfora; antítese; metonímia; elipse;</p><p>d) eufemismo; ironia; antítese; metonímia;</p><p>e) hipérbole; antítese; metonímia; eufemismo.</p><p>4. (G1 1996) Identifique as figuras de linguagem que</p><p>ocorrem nas frases a seguir:</p><p>a) "O mito é o nada que é tudo..."</p><p>b) Fitei-a longamente, fixando meu olhar na menina</p><p>dos olhos dela.</p><p>c) "O povo estourava de rir." (Monteiro Lobato)</p><p>5. (Ufrs 2004) Leia o fragmento abaixo, extraído de</p><p>"Dom Casmurro", de Machado de Assis.</p><p>"Enfim, chegou a hora da encomendação e da</p><p>partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o</p><p>desespero daquele lance consternou a todos.</p><p>Muitos homens choravam também, as mulheres</p><p>todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia</p><p>vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria</p><p>arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela,</p><p>Capitu olhou alguns instantes para o cadáver, tão</p><p>fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe</p><p>saltassem algumas lágrimas poucas e caladas...</p><p>As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela;</p><p>Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a</p><p>gente que estava na sala. Redobrou de carícias</p><p>para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece</p><p>que a retinha também. Momento houve em que os</p><p>olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva,</p><p>sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e</p><p>abertos, como a vaga do mar lá fora, como se</p><p>quisesse tragar também o nadador da manhã."</p><p>Sobre esse fragmento, são feitas as seguintes</p><p>afirmações.</p><p>I - Capitu revela-se uma mulher forte e dissimulada,</p><p>capaz de sair-se bem em situações difíceis, o que a</p><p>torna uma personagem ainda mais ambígua.</p><p>II - O jogo de contrastes e o uso de figuras de</p><p>linguagem mostram que a história não se esclarece</p><p>para Bento Santiago, embora provoque no leitor a</p><p>certeza do adultério.</p><p>III - O romance, como o fragmento, se constrói</p><p>como um grande jogo de fatos, aparências, e de</p><p>fantasias criadas em torno dessas aparências.</p><p>Quais estão corretas?</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas I e II.</p><p>c) Apenas I e III.</p><p>d) Apenas II e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>6. (Puc-rio 2008)</p><p>RECORDAÇÃO</p><p>Agora, o cheiro áspero das flores</p><p>leva-me os olhos por dentro de suas pétalas.</p><p>Eram assim teus cabelos;</p><p>tuas pestanas eram assim, finas e curvas.</p><p>As pedras limosas, por onde a tarde ia aderindo,</p><p>tinham a mesma exalação de água secreta,</p><p>de talos molhados, de pólen,</p><p>de sepulcro e de ressurreição.</p><p>E as borboletas sem voz</p><p>dançavam assim veludosamente.</p><p>Restitui-te na minha memória, por dentro das flores!</p><p>Deixa virem teus olhos, como besouros de ônix,</p><p>tua boca de malmequer orvalhado,</p><p>e aquelas tuas mãos dos inconsoláveis mistérios,</p><p>com suas estrelas e cruzes,</p><p>e muitas coisas tão estranhamente escritas</p><p>nas suas nervuras nítidas de folha,</p><p>- e incompreensíveis, incompreensíveis.</p><p>MEIRELES, Cecília. "Obra poética". Rio de</p><p>Janeiro: José Aguilar Editora, 1972, p.154.</p><p>a) O poema de Cecília Meireles caracteriza-se pela</p><p>visão intimista do mundo, a presença de</p><p>associações sensoriais e a aproximação do humano</p><p>com a natureza. A memória é a fonte de inspiração</p><p>do eu poético. A partir dessas afirmações,</p><p>determine o gênero literário predominante no texto ,</p><p>justificando sua resposta com suas próprias</p><p>palavras.</p><p>b) Observa-se no poema a utilização de inúmeras</p><p>figuras de linguagem como recurso expressivo.</p><p>Destaque do texto um exemplo de prosopopeia e</p><p>outro de sinestesia.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>Pastora de nuvens, fui posta a serviço por uma</p><p>campina tão desamparada que não principia nem</p><p>também termina, e onde nunca é noite e nunca</p><p>madrugada.</p><p>(Pastores da terra, vós tendes sossego, que olhais</p><p>para o sol e encontrais direção. Sabeis quando é</p><p>tarde, sabeis quando é cedo. Eu, não.)</p><p>Esse trecho faz parte de um poema de Cecília</p><p>Meireles, intitulado Destino, uma espécie de</p><p>profissão de fé da autora.</p><p>7. (Fgv 2007) Considerando-se as figuras de</p><p>linguagem utilizadas no texto, pode-se dizer que</p><p>a) as duas estrofes são uma metáfora de um pleno</p><p>sentimento de paz.</p><p>b) o texto revela a antítese entre dois universos de</p><p>atuação, com diferentes implicações.</p><p>c) há, nos versos, comparação entre atividades</p><p>agrícolas e outras, voltadas à pecuária.</p><p>d) o verso "Sabeis quando é tarde, sabeis quando é</p><p>cedo." contém uma hipérbole.</p><p>e) as estrofes apresentam, em sentido figurado, a</p><p>defesa da preservação das ocupações voltadas</p><p>ao campo.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>I</p><p>Um mover de olhos, brando e piedoso,</p><p>sem ver de quê; um riso brando e honesto,</p><p>quase forçado; um doce e humilde gesto,</p><p>de qualquer alegria duvidoso;</p><p>(...)</p><p>esta foi a celeste formosura</p><p>da minha Circe, e o mágico veneno</p><p>que pôde transformar meu pensamento.</p><p>(Luis de Camões)</p><p>II</p><p>Uma noite, eu me lembro... Ela dormia</p><p>Numa rede encostada molemente...</p><p>Quase aberto o roupão... solto o cabelo</p><p>E o pé descalço do tapete rente.</p><p>(Castro Alves)</p><p>III</p><p>Um dia ela veio para rede,</p><p>se enroscou nos meus braços,</p><p>me deu um abraço,</p><p>me deu as maminhas</p><p>que eram só minhas.</p><p>A rede virou,</p><p>O mundo afundou.</p><p>(Carlos Drummond de Andrade)</p><p>8. (Pucsp 1999) Levando em conta o "fragmento II",</p><p>de Castro Alves, assinale a alternativa CORRETA.</p><p>a) O poeta aceita e interpreta o byronismo,</p><p>conforme fizeram todos os poetas românticos.</p><p>b) O poeta supera o amor contemplativo, embora</p><p>revele timidez em seus devaneios líricos.</p><p>c) O poeta distancia-se do objeto representado,</p><p>empregando figuras de linguagem que ocultam</p><p>seus desejos.</p><p>d) O poeta rompe com os excessos do idealismo</p><p>amoroso ao apresentar o amor com feições</p><p>físicas e materiais.</p><p>e) O poeta versifica em linguagem contida,</p><p>procedimento que lhe dá posição de destaque no</p><p>Romantismo.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>MEU CARO DEPUTADO</p><p>O senhor nem pode imaginar o quanto eu e</p><p>a minha família ficamos agradecidos. A gente</p><p>imaginava que o senhor nem ia se lembrar de nós,</p><p>quando saiu a nomeação do Otavinho meu filho. Ele</p><p>agora está se sentindo outro. Só fala no senhor, diz</p><p>que na próxima campanha vai trabalhar ainda mais</p><p>para o senhor. No primeiro dia de serviço ele queria</p><p>ir na repartição com a camiseta da campanha mas</p><p>eu não deixei, não ia ficar bem, apesar que eu acho</p><p>que o Otavinho tem muita capacidade e merecia o</p><p>emprego. Pode mandar puxar por ele que ele dá</p><p>conta, é trabalhador, responsável, dedicado, a</p><p>educação que ele recebeu de mim e da mãe foi</p><p>sempre no caminho do bem.</p><p>Faço questão que na próxima eleição o</p><p>senhor mande mais material que eu procuro todos</p><p>os amigos e os conhecidos. O Brasil precisa de</p><p>gente como o senhor, homens de reputação</p><p>despojada, com quem a gente pode contar. Meu</p><p>vizinho Otacílio, a mulher, os parentes todos</p><p>também votaram no senhor. Ele tem vergonha, mas</p><p>eu peço por ele, que ele merece: ele tem uma</p><p>sobrinha, Maria Lúcia Capistrano do Amara, que é</p><p>professora em Capão da Serra e é muito</p><p>adoentada, mas o serviço de saúde não quer dar</p><p>aposentadoria. Posso lhe garantir que a moça está</p><p>mesmo sem condições, passa a maior parte do</p><p>tempo com dores no peito e na coluna que nenhum</p><p>médico sabe o que é. Eu disse que ia falar com o</p><p>senhor, meu caro deputado, não prometi nada, mas</p><p>o Otavinho e a mulher tem esperanças que o senhor</p><p>vai dar um jeitinho. É gente muito boa e amiga, o</p><p>senhor não vai se arrepender.</p><p>Mais uma vez obrigado por tudo, Deus lhe</p><p>pague. O Otavinho manda um abraço para o</p><p>senhor. Aqui vai o nosso abraço também. O senhor</p><p>pode contar sempre com a gente.</p><p>Miroel</p><p>Ferreira (Miré)</p><p>9. (Puccamp 1995) Considerando-se expressões</p><p>como "no caminho do bem", "trabalhador,</p><p>responsável, dedicado" e "o Brasil precisa de gente</p><p>como o senhor", pode-se afirmar que o remetente</p><p>empregou na carta</p><p>a) figuras de linguagem com alguma originalidade.</p><p>b) termos concretizantes e precisos.</p><p>c) linguagem enraizada em vivências muito</p><p>pessoais.</p><p>d) lugares-comuns pouco definidores.</p><p>e) fórmulas retóricas da linguagem afetiva.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>ESTAMOS CRESCENDO DEMAIS ?</p><p>O nosso "complexo de vira-lata" tem</p><p>múltiplas facetas. Uma delas é o medo de crescer.</p><p>Sempre que a economia brasileira mostra um pouco</p><p>mais de vigor, ergue-se, sinistro, um coro de vozes</p><p>falando em "excesso de demanda" "retorno da</p><p>inflação" e pedindo medidas de contenção.</p><p>O IBGE divulgou as Contas Nacionais do</p><p>segundo trimestre de 2007. Não há dúvidas de que</p><p>a economia está pegando ritmo. O crescimento foi</p><p>significativo, embora tenha ficado um pouco abaixo</p><p>do esperado. O PIB cresceu 5,4% em relação ao</p><p>segundo trimestre do ano passado. A expansão do</p><p>primeiro semestre foi de 4,9% em comparação com</p><p>igual período de 2006.(...)</p><p>Aturma da bufunfa não pode se queixar.</p><p>Entre os subsetores do setor serviços, o segmento</p><p>que está "bombando" é o de intermediação</p><p>financeira e seguros - crescimento de 9,6%. O Brasil</p><p>continua sendo o paraíso dos bancos e das</p><p>instituições financeiras.</p><p>Não obstante, os porta-vozes da bufunfa</p><p>financeira, pelo menos alguns deles, parecem</p><p>razoavelmente inquietos. Há razões para esse</p><p>medo? É muito duvidoso. Ressalva trivial: é claro</p><p>que o governo e o Banco Central nunca podem</p><p>descuidar da inflação. Se eu fosse cunhar uma frase</p><p>digna de um porta-voz da bufunfa, eu diria</p><p>(parafraseando uma outra máxima trivializada pela</p><p>repetição): "O preço da estabilidade é a eterna</p><p>vigilância".</p><p>Entretanto, a estabilidade não deve se</p><p>converter em estagnação. Ou seja, o que queremos</p><p>é a estabilidade da moeda nacional, mas não a</p><p>estabilidade dos níveis de produção e de emprego.</p><p>A aceleração do crescimento não parece</p><p>trazer grande risco para o controle da inflação. Ela</p><p>não tem nada de excepcional. O Brasil está se</p><p>recuperando de um longo período de crescimento</p><p>econômico quase sempre medíocre, inferior à média</p><p>mundial e bastante inferior ao de quase todos os</p><p>principais emergentes.</p><p>O Brasil apenas começou a tomar um certo</p><p>impulso. Não vamos abortá-lo por medo da inflação.</p><p>(Folha de S.Paulo, 13.09.2007. Adaptado)</p><p>10. (Fgv 2008) Assinale a alternativa em que as</p><p>frases repetem, respectivamente, as figuras de</p><p>linguagem das frases - Entre os subsetores do setor</p><p>serviços, o segmento que está"bombando" é de</p><p>intermediação financeira e seguros..../ A turma da</p><p>bufunfa não pode se queixar; estão comemorando.</p><p>a) Com a alta dos preços do leite, produtores</p><p>paulistas retomam investimentos para ampliar a</p><p>produtividade do rebanho./ As taxas de juros</p><p>estão de arrasar.</p><p>b) A alta no preço do leite motivou outros</p><p>produtores, e quem não desistiu da atividade está</p><p>comemorando./ O pessoal de finanças está</p><p>morrendo de felicidade com a economia.</p><p>c) Durante a crise, São Paulo deixou de ser o</p><p>segundo produtor do país, passando para o</p><p>quinto lugar./ As expectativas de inflação</p><p>continuam bem comportadas.</p><p>d) O produtor diz: Enterrei muito dinheiro nessa</p><p>fazenda e agora não vou desistir da atividade</p><p>leiteira./ A gente brasileira tem"complexo de vira-</p><p>lata", mas deveriam ter mais segurança em</p><p>relação ao país.</p><p>e) A saída é melhorar a produção de leite por vaca,</p><p>reduzir o tempo entre gestações e o custo./ Os</p><p>donos do dinheiro temem que a inflação acelere.</p><p>Leia o texto:</p><p>Senhor Deus dos desgraçados!</p><p>Dizei-me vós, Senhor Deus!</p><p>Se é loucura... se é verdade</p><p>Tanto horror perante os céus...</p><p>Ó mar! Por que não apagas</p><p>Co'a esponja de tuas vagas</p><p>Do teu manto este borrão?</p><p>Astros! Noite! Tempestades!</p><p>Rolai das imensidades!</p><p>Varrei os mares, tufão!</p><p>Castro Alves, Navio Negreiro, In: Os Escravos</p><p>11. (Espm 2005) Tendo em vista seu autor, o período</p><p>literário a que pertence o fragmento reproduzido,</p><p>assinale a opção que contenha informação errada:</p><p>a) É poema com caraterísticas condoreiras, com</p><p>imagens grandiosas da natureza e linguagem</p><p>grandiloquente.</p><p>b) As exclamações e utilização de figuras de</p><p>linguagem são típicas da poesia social do autor.</p><p>c) A indignação e o furor com a escravidão fazem</p><p>do poema um paradigma abolicionista do séc.</p><p>XIX.</p><p>d) O lirismo subjetivo, abordando questões</p><p>coletivas, lembra a sentimentalidade amena típica</p><p>do Romantismo.</p><p>e) A invocação de elementos da natureza confirma</p><p>o fundamento romântico da identificação do eu-</p><p>lírico com a paisagem que o cerca.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>Texto I</p><p>ENTREVISTA COM JURANDIR FREIRE COSTA</p><p>(Entrevistador) "Quando você fala do amor nos dias</p><p>de hoje, parece identificar dois problemas opostos e</p><p>complementares: a) uma espécie de utilitarismo</p><p>sexual, em que os indivíduos se servem dos</p><p>parceiros como quem consome produtos; b) o mito</p><p>do amor romântico, que condena ao sofrimento as</p><p>pessoas que se sentem incapazes de encontrar o</p><p>parceiro ideal. Como essas duas distorções se</p><p>combinam?</p><p>(Entrevistado) "De fato, o que parece ser</p><p>antagônico, como você bem observou, no fundo é</p><p>complementar. Em função do crescente</p><p>individualismo, queremos sempre descartar o que</p><p>nos causa problema, o que nos entedia, o que é</p><p>incapaz de despertar fortes sensações ou grandes</p><p>instantes de êxtase. É assim que estamos</p><p>aprendendo a ser felizes, como, em épocas</p><p>anteriores, aprendemos a ser felizes de outras</p><p>formas. No entanto, na raiz desse utilitarismo tosco</p><p>existe a promessa oculta de que, um dia, iremos</p><p>encontrar alguém que preencha todos esses</p><p>requisitos, ou seja, alguém que, de forma</p><p>permanente, seja interessante, excitante,</p><p>apaixonante, tolerante. Ora, esse alguém, todos</p><p>sabemos, não existe, exceto na ficção de nossos</p><p>ideais. Mas, embora todos saibam que esse alguém</p><p>não existe, ninguém pensa em desistir de procurar,</p><p>porque, sem ele, a vida perde todo atrativo. Eis o</p><p>impasse. Jamais encontramos a figura ideal de</p><p>pessoa perfeita para amar, mas não podemos</p><p>dispensar a ilusão porque não sabemos inventar</p><p>outras formas de satisfação pessoal, exceto a</p><p>obsessão amorosa e sexual.</p><p>No fundo, o triste resultado disso tudo é a</p><p>descrença, a amargura, o ressentimento, a inveja e</p><p>a espera passiva e resignada do milagre amoroso -</p><p>que quase nunca chega - ou da morte, que, com</p><p>certeza, chega! Isso, fique claro, não significa</p><p>"condenar" ou "menosprezar" a emoção amorosa, o</p><p>que seria uma tolice. Isso significa constatar que a</p><p>via de satisfação amorosa atual está condenada ao</p><p>impasse, até que venhamos a inventar novos</p><p>modos de amar. É porque fomos habituados a</p><p>pensar que o "amor é único, universal, e sempre o</p><p>mesmo de hoje em dia" que não encontramos</p><p>ânimo para imaginar novos modelos de realização</p><p>amorosa. Ora, o que procurei mostrar no trabalho é</p><p>que isso, em absoluto, não é verdade. O</p><p>romantismo amoroso é uma invenção cultural</p><p>recente, recentíssima, na história da humanidade.</p><p>Não temos por que imaginar que ele é a "última</p><p>forma de amar" nem mesmo que seja a melhor."</p><p>(Entrevista com Jurandir Freire Costa. In:</p><p>CARVALHO, J. M. de et alii. Quatro autores em</p><p>busca do Brasil. Entrevistas a José Geraldo Couto.</p><p>Rio de Janeiro: Rocco, 2000.)</p><p>Texto II</p><p>CANTIGAS DE ACORDAR MULHER</p><p>Vagueio aquém do teu sono</p><p>com alma de marinheiro</p><p>feliz de chegar a um porto</p><p>sem previsão no roteiro,</p><p>mais tonto de o descobrir</p><p>que de lhe ser estrangeiro.</p><p>Teu continente a dormir</p><p>- pouso de barco ligeiro -</p><p>para os relógios num tempo</p><p>avesso a qualquer ponteiro:</p><p>nem sei se o fico vivendo</p><p>ou se te acordo primeiro.</p><p>(...)</p><p>Bom é sorrires, olhar</p><p>em mim: não vês</p><p>o inimigo, o rival</p><p>jamais.</p><p>Na caça, não serás</p><p>a presa; não serás,</p><p>no jogo, a prenda.</p><p>Partilharemos, sem meias</p><p>medidas,</p><p>a espera, o arroubo, o gesto,</p><p>o salto,</p><p>o pouso, o sono</p><p>e o gosto desse rir</p><p>dentro e fora do tempo</p><p>sempre que nova mente</p><p>acordares.</p><p>(...)</p><p>Acorda, meu bem, acorda:</p><p>são horas de vigilar</p><p>feliz quem menos recorda</p><p>e faz do tempo passar</p><p>monjolo-pêndulo-corda</p><p>tocando um relógio de ar</p><p>onde o momento concorda</p><p>com ser eterno e findar!</p><p>Acorda, meu bem, acorda</p><p>e ajuda teu madrugar:</p><p>a mão do dia transborda</p><p>de coisas para te dar!</p><p>(CAMPOS, Geir. Antologia poética. Rio de Janeiro: Léo</p><p>Christiano Editorial, 2003.)</p><p>12. (Uerj 2004) O emprego de figuras de linguagem</p><p>é uma conhecida característica do discurso poético.</p><p>O poema "Cantigas de Acordar Mulher" apresenta</p><p>metáforas relacionadas a mais de um campo</p><p>semântico.</p><p>a) Note que, na primeira estrofe (l. 1 a 12), o eu-</p><p>lírico exprime seu movimento em direção ao ser</p><p>amado por meio de uma sequência metafórica</p><p>iniciada pelo substantivo "marinheiro".</p><p>Relacione mais quatro substantivos presentes neste</p><p>trecho que pertençam à referida sequência</p><p>metafórica.</p><p>b) Na última estrofe (l. 28 a 39), o poeta empregou</p><p>uma antítese e uma hipérbole.</p><p>Transcreva os versos correspondentes a cada uma</p><p>dessas figuras.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>1MYSTERIUM</p><p>"Eu vi ainda debaixo do sol que a corrida não é para</p><p>os mais ligeiros, nem a batalha para os mais fortes,</p><p>nem o pão para os mais sábios, nem as riquezas</p><p>para os mais inteligentes, mas tudo depende do</p><p>tempo e do acaso."</p><p>Eclesiastes</p><p>1 Ao tempo e ao acaso eu acrescento o grão</p><p>de imprevisto. E o grão da loucura, a razoável</p><p>loucura que é infinita na nossa finitude. Vejo minha</p><p>vida e obra seguindo assim por trilhos paralelos e</p><p>tão próximos, trilhos que podem se juntar (ou não)</p><p>lá adiante mas tudo sem explicação, não tem</p><p>explicação.</p><p>2 Os leitores pedem explicações, são curiosos</p><p>e fazem perguntas. Respondo. Mas se me estendo</p><p>nas respostas, acabo por pular de um trilho para</p><p>outro e começo a misturar a realidade com o</p><p>imaginário, faço ficção em cima de ficção, ah! Tanta</p><p>vontade (disfarçada) de seduzir o leitor, esse leitor</p><p>que gosta do devaneio. Do sonho. Queria estimular</p><p>sua fantasia mas agora ele está pedindo lucidez,</p><p>quer a luz da razão.</p><p>3 Não gosto de teorizar porque na teoria</p><p>acabo por me embrulhar feito um caramelo em</p><p>papel transparente, me dê um tempo! Eu peço.</p><p>Quero ficar fria, espera. Espera que estou me</p><p>aventurando na busca das descobertas, "Devagar já</p><p>é pressa!", disse Guimarães Rosa. Preciso agora</p><p>atravessar o 2cipoal dos detalhes e são tantos! E</p><p>tamanha a minha perplexidade diante do processo</p><p>criador, Deus! Os indevassáveis signos e símbolos.</p><p>Ainda assim, avanço em meio da névoa, quero ser</p><p>clara em meio desse claro que de repente ficou</p><p>escuro, estou perdida?</p><p>4 Mais perguntas, como nasce um conto? E</p><p>um romance? Recorro a uma certa aula distante</p><p>(Antonio Candido) onde aprendi que num texto</p><p>literário há sempre três elementos: a ideia, o enredo</p><p>e a personagem. A personagem, que pode ser</p><p>aparente ou inaparente, não importa. Que pode ser</p><p>única ou se repetir, tive uma personagem que</p><p>recorreu à máscara para não ser descoberta, quis</p><p>voltar num outro texto e usou disfarce, assim como</p><p>faz qualquer ser humano para mudar de identidade.</p><p>5 Na tentativa de reter o questionador, acabo</p><p>por inventar uma figuração na qual a ideia é</p><p>representada por uma aranha. A teia dessa aranha</p><p>seria o enredo. A trama. E a personagem, o inseto</p><p>que chega naquele voo livre e acaba por cair na teia</p><p>da qual não consegue fugir, enleado pelos fios</p><p>grudentos. Então desce (ou sobe) a aranha e nhac!</p><p>Prende e suga o inseto até abandoná-lo vazio. Oco.</p><p>6 O questionador acha a imagem meio</p><p>dramática mas divertida, consegui fazê-lo sorrir?</p><p>Acho que sim. Contudo, há aquele leitor</p><p>desconfiado, que não se deixou seduzir porque quer</p><p>ver as personagens em plena liberdade e nessa</p><p>representação elas estão como que sujeitas a uma</p><p>destinação. A uma condenação. E cita Jean-Paul</p><p>Sartre que pregava a liberdade também para as</p><p>personagens, ah! Odiosa essa fatalidade dos seres</p><p>humanos (inventados ou não) caminhando para o</p><p>bem e para o mal. Sem mistura.</p><p>7 Começo a me sentir prisioneira dos próprios</p><p>fios que fui inventar, melhor voltar às divagações</p><p>iniciais onde vejo (como eu mesma) o meu próximo</p><p>também embrulhado. Ou embuçado3?</p><p>Desembrulhando esse próximo, também vou me</p><p>revelando e na revelação, me deslumbro para me</p><p>obumbrar4 novamente nesta viragem-voragem do</p><p>ofício.</p><p>1 palavra latina para "mistério"</p><p>2 mato abundante de cipós</p><p>3 escondido</p><p>4 cobrir de sombras</p><p>(TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho chá:</p><p>perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002.)</p><p>13. (Uerj 2005) As figuras de linguagem são recursos</p><p>que afastam as construções linguísticas de seu</p><p>valor literal, com o objetivo de tornar essas</p><p>construções mais expressivas.</p><p>O emprego de uma figura de linguagem e sua</p><p>correta nomeação estão presentes em:</p><p>a) "E o grão da loucura, a razoável loucura que é</p><p>infinita na nossa finitude." (10. parágrafo) - alusão</p><p>b) "Ainda assim, avanço em meio da névoa," (30.</p><p>parágrafo) - metáfora</p><p>c) "quero ser clara em meio desse claro que de</p><p>repente ficou escuro," (30. parágrafo) - ironia</p><p>d) "O questionador acha a imagem meio dramática</p><p>mas divertida," (60. parágrafo) - metonímia</p><p>GABARITO</p><p>1: [A] 2: a) Pleonasmo. b) Sinestesia. c)</p><p>Prosopopeia. d) Sinestesia. e) Pleonasmo.</p><p>3: [C] 4: a) Paradoxo e antítese b) Catacrese c)</p><p>Hipérbole 5: [C] / 6: a) O gênero literário</p><p>predominante no poema é o lírico, confirmado pela</p><p>presença do "eu lírico", pela subjetividade na</p><p>escolha das imagens, pela valorização das</p><p>sensações e pela aproximação entre sujeito e</p><p>objeto.</p><p>b) O uso de prosopopeia é visto em: "E as</p><p>borboletas sem voz/dançavam assim</p><p>veludosamente." O emprego da sinestesia pode ser</p><p>visto no seguinte verso: "Agora, o cheiro áspero das</p><p>flores".</p><p>7: [B] / 8: [D] / 9: [D] / 10: [D] / 11: [D] /</p><p>12:</p><p>a) Porto, roteiro, continente, barco.</p><p>b) Antítese: "onde o momento concorda/com ser</p><p>eterno e findar"</p><p>Hipérbole: "a mão do dia transborda/de coisas pra te</p><p>dar"</p><p>13: [B]</p><p>....................................................................................</p><p>IRONIA - APROFUNDAMENTO</p><p>Ironia é o efeito resultante do uso de uma palavra</p><p>ou expressão que, em um contexto específico,</p><p>ganha sentido oposto ou diverso daquele com que</p><p>costuma ser utilizada</p><p>Na charge acima a ironia consiste na fala da</p><p>professora. Essa ironia é percebida pelo contexto:</p><p>sua fisionomia e suas contas e responsabilidades. A</p><p>ironia é, portanto, contextual.</p><p>FUNÇÃO CRÍTICA DA IRONIA</p><p>É freqüente encontrarmos ironia em diferentes</p><p>textos com os quais entramos em contato</p><p>diariamente. Para o desenvolvimento da nossa</p><p>competência de bons leitores, é essencial que</p><p>saibamos identificar a ocorrência da ironia em</p><p>textoas, pois somente assim seremos acazes de dar</p><p>a esses textos a interpretação pretendida pelo seu</p><p>autor.</p><p>O cartum é um Gênero textual que tem como uma</p><p>de suas características promover uma reflexão</p><p>critica sobre situações políticas, econômicas e</p><p>sociais da atualidade.</p><p>Espera-se que, em uma sociedade democrática,</p><p>todos os cidadãos tenham direitos e deveres iguais.</p><p>Comente o que ocorre exatamente no cartum</p><p>acima.</p><p>IRONIA COMO RECURSO LITERÁRIO</p><p>A ironia é um recurso muito utilizado por autores de</p><p>textos literários. Em alguns casos, ela chega a</p><p>definir um estilo. É o que acontece com Machado de</p><p>Assis. Nos seus romances, o grande escritor</p><p>brasileiro dirige um olhar claramente irônico para a</p><p>sociedade do Segundo Reinado.</p><p>Narradores descrentes da condição humana fazem</p><p>da ironia uma verdadeira arma contra a hipocrisia</p><p>de seus semelhantes.</p><p>“expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira</p><p>do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara</p><p>de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos</p><p>e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos</p><p>contos e fui acompanhado ao cemitério por onze</p><p>amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve</p><p>cartas</p><p>nem anúncios. Acresce que chovia —</p><p>peneirava uma chuvinha miúda, triste e constante,</p><p>tão constante e tão triste, que levou um daqueles</p><p>fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa</p><p>ideia no discurso que proferiu à beira de minha</p><p>cova: — “Vós, que o conhecestes, meus senhores,</p><p>vós podeis dizer comigo que a natureza parece</p><p>estar chorando a perda irreparável de um dos mais</p><p>belos caracteres que têm honrado a humanidade.</p><p>Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas</p><p>nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe</p><p>funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à</p><p>Natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um</p><p>sublime louvor ao nosso ilustre finado.” Bom e fiel</p><p>amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices</p><p>que lhe deixei.”</p><p>Memórias Póstumas de Brás Cubas</p><p>..................................................................................</p><p>HUMOR – DISCURSO HUMORÍSTICO</p><p>A mãe de Juca estava grávida e perguntou a ele o</p><p>que preferia ganhar: um irmãozinho ou uma</p><p>irmãzinha. Juca respondeu:</p><p>- Mamãe, se não for pedir muito, eu prefiro uma</p><p>bicicleta</p><p>Ocorre no decorrer do texto a MANIPULAÇÃO,</p><p>direcionado pelo autor que faz com que o leitor</p><p>tenha um pensamento que será transformado no</p><p>final do texto. Ou seja, o riso tem como causa um</p><p>jogo de duplicidade semântica. A interpretação</p><p>literal de algo que precisa ser entendido em sentido</p><p>figurado, representações estereotipadas de</p><p>variedades lingüísticas estigmatizadas são recursos</p><p>associados à linguagem presente em muitas piadas.</p><p>Piada: história curta de final surpreendente, às</p><p>vezes picante ou obscena, contada para provocar</p><p>risos.</p><p>Anedota: particularidade curiosa ou jocosa que</p><p>acontece no dia a dia, podendo provocar risos ou</p><p>não. Houaiss</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>1. (Fuvest 2001)</p><p>POLÍTICA LITERÁRIA</p><p>O poeta municipal</p><p>discute com o poeta estadual</p><p>qual deles é capaz de bater o poeta</p><p>[federal.</p><p>Enquanto isso o poeta federal</p><p>tira ouro do nariz.</p><p>(Carlos Drummond de Andrade, "Alguma</p><p>poesia")</p><p>ANEDOTA BÚLGARA</p><p>Era uma vez um czar naturalista</p><p>que caçava homens.</p><p>Quando lhe disseram que também se</p><p>[caçam borboletas e andorinhas,</p><p>ficou muito espantado</p><p>e achou uma barbaridade.</p><p>(Carlos Drummond de Andrade, "Alguma</p><p>poesia")</p><p>Costuma-se reconhecer que estes poemas,</p><p>pertencentes ao Modernismo, apresentam aspectos</p><p>característicos do "poema-piada", modalidade</p><p>bastante praticada nesse período literário.</p><p>a) Identifique um recurso de estilo tipicamente</p><p>modernista que esteja presente em ambos os</p><p>poemas. Explique-o sucintamente.</p><p>b) Considere a seguinte afirmação:</p><p>O POEMA-PIADA VISA A UM HUMORISMO</p><p>INSTANTÂNEO E, POR ISSO, ESGOTA-SE EM SI</p><p>MESMO, NÃO INDO ALÉM DESSE OBJETIVO</p><p>IMEDIATO.</p><p>A afirmação aplica-se aos poemas aqui</p><p>reproduzidos? Justifique brevemente sua resposta.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>2. (Uel 2011) Com base no texto, é correto afirmar:</p><p>a) O rei pede a opinião da rainha sobre tirar a barba,</p><p>mas não compreende o sentido irônico de sua</p><p>resposta.</p><p>b) O rei quer saber o que o povo diria sobre ele tirar</p><p>a barba e a rainha responde com palavras do povo.</p><p>c) Ao rei é fundamental compreender a essência de</p><p>seu poder, enquanto à rainha interessam questões</p><p>ligadas à aparência do rei.</p><p>d) O rei demonstra ironia na pergunta e a rainha</p><p>responde com a submissão que dela se espera.</p><p>e) A rainha compartilha da preocupação do rei com</p><p>a aparência, pois isso é importante para o exercício</p><p>do poder.</p><p>3. (Pucpr 2009) Leia o capítulo IV de "Dom</p><p>Casmurro", de Machado de Assis, transcrito</p><p>integralmente a seguir:</p><p>"José Dias amava os superlativos. Era um modo de</p><p>dar feição monumental às ideias; não as havendo,</p><p>servia a prolongar as frases. Levantou-se para ir</p><p>buscar o gamão, que estava no interior da casa.</p><p>Cosime muito à parede, e vi-o passar com as suas</p><p>calças brancas engomadas, presilhas, rodaque e</p><p>gravata de mola. Foi dos últimos que usaram</p><p>presilhas no Rio de Janeiro, e talvez neste mundo.</p><p>Trazia as calças curtas para que lhe ficassem bem</p><p>esticadas. A gravata de cetim preto, com um arco</p><p>de aço por dentro, imobilizava-lhe o pescoço; era</p><p>então moda. O rodaque de chita, veste caseira e</p><p>leve, parecia nele uma casaca de cerimônia. Era</p><p>magro, chupado, com um princípio de calva; teria os</p><p>seus cinquenta e cinco anos. Levantou-se com o</p><p>passo vagaroso do costume, não aquele vagar</p><p>arrastado se era dos preguiçosos, mas um vagar</p><p>calculado e deduzido, um silogismo completo, a</p><p>premissa antes da consequência, a consequência</p><p>antes da conclusão.</p><p>Um dever amaríssimo!".</p><p>Fonte: Machado de Assis, "Dom Casmurro"</p><p>Aponte, entre as alternativas, a que for</p><p>INCORRETA em relação ao capítulo:</p><p>a) O "dever amaríssimo" assumido por José Dias é</p><p>o de lembrar Dona Glória - a quem respeita com um</p><p>misto de veneração e interesse - de que ela havia</p><p>feito, anos antes, a promessa de enviar seu único</p><p>filho, Bentinho, para estudar em um seminário. Para</p><p>reforçar seus argumentos, diz que isto deve ocorrer</p><p>para que se interrompa o nascente relacionamento</p><p>de Bentinho com Capitu, antes que seja tarde.</p><p>b) José Dias representa no romance a figura do</p><p>agregado, alguém sem recursos que vive de favor</p><p>na casa de uma família de posses e que, no</p><p>relacionamento com esta, cumpre pequenas</p><p>"tarefas" como uma espécie de paga. Em relação a</p><p>Dona Glória e a Bentinho, José Dias tanto é o</p><p>conselheiro - que simula ilustração e conhecimento -</p><p>como o humilde serviçal, sempre prevendo as</p><p>vantagens que levará com seus atos.</p><p>c) José Dias terá grande importância no transcurso</p><p>da ação, após a denúncia que faz a Dona Glória dos</p><p>perigos que a amizade de Bentinho e Capitu pode</p><p>trazer. Na verdade, sua atitude é a de quem "joga"</p><p>com seus "protetores". De um lado, ele suscita em</p><p>Dona Glória a necessidade de cumprir a promessa.</p><p>De outro, quando solicitado, oferecerá ajuda a</p><p>Bentinho para que ele não vá para o seminário.</p><p>d) Pode-se dizer que, a despeito de sua atitude</p><p>intrometida ao aconselhar Dona Glória sobre a</p><p>necessidade de separar Bentinho de Capitu -</p><p>quando os dois ainda eram crianças - José Dias é o</p><p>primeiro a perceber os defeitos da futura esposa de</p><p>Bentinho. Sua observação a respeito dela aponta</p><p>para o fato de ser "desmiolada", filha de uma família</p><p>de moral condenável e intenções talvez</p><p>interesseiras em relação àquela amizade.</p><p>e) José Dias, descrito com ironia no fragmento</p><p>citado, é a personificação dos vícios da aristocracia</p><p>decaída e empobrecida depois do processo de</p><p>Independência do Brasil no século XIX. Outrora rico</p><p>e influente - tendo sido sócio do falecido marido de</p><p>Dona Glória - José Dias tornou-se, com o tempo,</p><p>uma figura pouco relevante nas rodas sociais de</p><p>seu tempo, razão pela qual vive dos favores que lhe</p><p>dirige a mãe de Bentinho, a quem respeita</p><p>incondicionalmente, sem lhe pedir nada.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>Questão 04</p><p>A metáfora é uma figura de linguagem que se</p><p>caracteriza por conter uma comparação implícita. O</p><p>cartum de Sizenando constrói uma metáfora, que</p><p>pode ser observada na comparação entre:</p><p>a) o sentimento de desilusão e a floresta</p><p>b) a propaganda dos bancos e os artistas</p><p>c) a ironia do cartunista e a fala do personagem</p><p>d) o artista desiludido e o personagem cabisbaixo</p><p>Questão 05</p><p>a) O que produz a ironia nessa tira e como você</p><p>interpreta a resposta de Hagar, no segundo</p><p>quadrinho da tira? Justifique.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>TEXTO I</p><p>Uma luta de adjetivos. Touro indomável foi uma</p><p>solução mais precisa de "Ranging Bull" do que seria</p><p>sua tradução literal, "touro enraivecendo". A</p><p>adaptação em português enfatiza o aspecto do</p><p>termo, não a noção de tempo, como o original</p><p>permitiria. Uma alternativa, "Touro irado", tem</p><p>igualmente menos força que o adjetivo "indomável".</p><p>TEXTO II</p><p>"Million Dollar Baby" (a menina de um milhão de</p><p>dólares) não entrega o ouro de cara: descreve a</p><p>protagonista que tenta sair da sarjeta por meio do</p><p>boxe. Emite a ideia de um prêmio</p><p>a coroar a</p><p>obstinação da heroína, que vive sentimentos crus e</p><p>sem afagos. O título em inglês nos induz a uma</p><p>expectativa que será redefinida. "Menina de ouro"</p><p>esvazia a ambiguidade original e confere uma</p><p>afetuosidade à personagem que não é a tônica da</p><p>história.</p><p>REVISTA LÍNGUA PORTUGUESA. São Paulo:</p><p>Segmento, n. 5, 2006, p. 31-32.</p><p>Questão 06</p><p>Com base na leitura do texto II, pode-se afirmar que</p><p>"'Million Dollar Baby' não entrega o ouro de cara"</p><p>porque o título expressa</p><p>a) a ambiguidade que induz a uma interpretação</p><p>que será reformulada.</p><p>b) a ideia de contraposição que sugere o caráter</p><p>obstinado da personagem.</p><p>c) a ironia que remete ao estado de pobreza</p><p>incorporado pela protagonista.</p><p>d) o sentido de afetuosidade que revela um tipo</p><p>complexo de personagem.</p><p>e) o pressuposto que conduz a uma expectativa que</p><p>será comprovada.</p><p>Questão 07</p><p>Leia atentamente o texto a seguir, adaptado da</p><p>"Folha de S. Paulo" de 28/02/06.</p><p>CAMELÔS FATURAM NA CONCENTRAÇÃO</p><p>Apesar da repressão dos organizadores do</p><p>Carnaval contra os camelôs, um grupo de cerca de</p><p>dez ambulantes fez "fortuna" na concentração do</p><p>desfile das escolas de samba.</p><p>Mesmo sob forte chuva, eles ficaram posicionados</p><p>na estrutura de um outdoor vendendo bebidas para</p><p>os foliões. O grupo cobrava R$ 2,00 pela água e R$</p><p>3,00 pela cerveja.</p><p>"Vendi R$ 350,00 somente para as duas primeiras</p><p>escolas. Já paguei o aluguel do meu barraco. Por</p><p>mim, o Carnaval durava o ano inteiro", afirmou o</p><p>pedreiro G. C., de 43 anos, um dos que escalaram o</p><p>outdoor para ganhar um "extra" nos dias de folia.</p><p>A partir da leitura atenta do texto, assinale a</p><p>alternativa válida.</p><p>a) "Fortuna" no texto corresponde a "extra", o que</p><p>se sustenta na ironia alcançada com as aspas e à</p><p>relatividade dos pontos de vista do jornalista e do</p><p>pedreiro G. C.</p><p>b) O texto assume o ponto de vista dos</p><p>organizadores do Carnaval, declaradamente</p><p>contrário à prática de comércio ambulante durante o</p><p>desfile.</p><p>c) No texto, a forte chuva que incomodou os foliões</p><p>foi um grande aliado do grupo de vendedores</p><p>ambulantes de água e cerveja.</p><p>d) Está explícito no depoimento do pedreiro G. C.</p><p>que seu faturamento total durante o Carnaval foi de</p><p>R$ 350,00.</p><p>e) O texto revela que o esquema de repressão aos</p><p>camelôs foi eficiente nos espaços de concentração</p><p>das escolas de samba.</p><p>Questão 08</p><p>No último quadrinho, observando-se a expressão de</p><p>Liberdade e o que ela diz - seja pela pontuação</p><p>(???), seja pela reiteração do verbo ("sabe") -, sua</p><p>atitude revela</p><p>a) medo e desespero.</p><p>b) ironia e melancolia.</p><p>c) indignação e agressividade.</p><p>d) humor e surpresa.</p><p>e) espanto e tristeza.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>TROCA DE E-MAILS</p><p>The New York Times</p><p>Seguem abaixo trechos das mensagens de E-MAIL</p><p>trocadas na terça-feira e ontem entre o Presidente</p><p>vice-presidente-Presidente AI Gore e o Governador</p><p>George W. Bush, do Texas:</p><p>Do: Sr. Gore</p><p>Para: Sr. Bush</p><p>Assunto: Campanha eleitoral</p><p>Congratulações por sua indicação partidária. Penso</p><p>que as vitórias mútuas desta noite nos</p><p>proporcionam uma chance rara para a mudança no</p><p>modo de se conduzir campanhas eleitorais e de se</p><p>restabelecer a confiança dos eleitores em nosso</p><p>processo eleitoral.</p><p>Assim sendo, eu o desafio a aceitar minha proposta</p><p>de que nós dois rejeitemos o uso do chamado</p><p>"dinheiro fácil" na veiculação de propaganda</p><p>eleitoral. Eu darei o primeiro passo pedindo ao</p><p>Comitê Nacional Democrático para não veicular</p><p>nenhuma propaganda eleitoral não regulamentada</p><p>através do uso de verbas de procedência ignorada,</p><p>a menos que o Partido Republicano passe a agir</p><p>nesse sentido.</p><p>Portanto, está nas mãos do senhor e de seu partido</p><p>o início eventual de uma guerra acirrada de</p><p>propaganda; o senhor tem o poder de unir-se a mim</p><p>na proibição do "dinheiro fácil". Se o senhor estiver</p><p>disposto a fazer a coisa certa, nós podemos mudar</p><p>a política para sempre.</p><p>Do: Sr. Bush</p><p>Para: Sr. Gore</p><p>Assunto: RE: Campanha eleitoral</p><p>Obrigado por seu E-MAIL e seus cumprimentos. Eu</p><p>o felicito também, e anseio por uma campanha que</p><p>trate das questões importantes do nosso tempo - a</p><p>reforma educacional, a modernização de nossas</p><p>forças armadas e o resgate de padrões de</p><p>qualidade no nosso governo.</p><p>O senhor e eu fizemos várias propostas de reforma</p><p>de financiamento de campanha. Mas antes de</p><p>debatermos estas mudanças, é importante que os</p><p>americanos saibam se as leis de financiamento de</p><p>campanha atuais foram obedecidas. Assim sendo,</p><p>eu o desafio a esclarecer acusações graves. Eu</p><p>espero que o senhor interfira junto à Casa Branca e</p><p>ao Departamento de Justiça para a liberação de</p><p>todos os registros e fotos relativos à investigação</p><p>sobre abusos no financiamento da sua própria</p><p>campanha.</p><p>Em seu E-MAIL, o senhor falou em restabelecer "a</p><p>confiança em nosso processo eleitoral". E isso é o</p><p>ponto central da questão. São necessárias novas</p><p>leis de financiamento de campanha. O que é até</p><p>mesmo mais importante é o dever dos funcionários</p><p>públicos de obedecer às leis existentes, e eu receio</p><p>que seu próprio histórico não inspire confiança.</p><p>Agradeço seu E-MAIL. Esta sua Internet é uma</p><p>invenção maravilhosa.</p><p>(Traduzido do New York Times on line, 16/03/2000.)</p><p>Questão 09</p><p>O vice-presidente Gore propõe em seu e-mail uma</p><p>rejeição, de parte a parte, do chamado "dinheiro</p><p>fácil", usado de maneira não regulamentada na</p><p>veiculação de propagandas eleitorais.</p><p>O tom da mensagem-réplica do governador Bush</p><p>reflete basicamente as seguintes atitudes:</p><p>a) crítica e desconfiança pela indicação do</p><p>democrata Gore à sucessão presidencial</p><p>b) animosidade e distanciamento do processo de</p><p>moralização da campanha eleitoral</p><p>c) ceticismo e ironia no tocante à seriedade das</p><p>palavras e intenções de seu oponente</p><p>d) ressentimento e desdém quanto às instruções</p><p>dadas por Gore ao Comitê Democrático</p><p>Questão 10</p><p>O CAPOEIRA</p><p>- Qué apanha sordado?</p><p>- O quê?</p><p>- Qué apanhá?</p><p>Pernas e cabeças na calçada</p><p>Estão presentes no poema anterior, de Oswald de</p><p>Andrade, os seguintes recursos de sua poética:</p><p>a) instantâneo da realidade e transcrição de fala.</p><p>b) paródia de poema romântico e lirismo contido.</p><p>c) transcrição de fala e lirismo contido.</p><p>d) ironia melancólica e instantâneo da realidade.</p><p>e) humor irônico e paródia do parnasianismo.</p><p>Questão 11</p><p>RELICÁRIO</p><p>No baile da Corte</p><p>Foi o Conde d'Eu quem disse</p><p>Pra Dona Benvinda</p><p>Que farinha de Suruí</p><p>Pinga de Parati</p><p>Fumo de Baependi</p><p>É comê bebê pitá e caí</p><p>Oswald de</p><p>Andrade</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Os termos rimados referem-se a coisas que</p><p>produzem efeitos diferentes, já que supõem</p><p>diferentes ações.</p><p>b) CAÍ, no último verso, acentua o efeito provocado</p><p>pelos termos dos três versos anteriores, tudo</p><p>reunido na semelhança fonética das rimas.</p><p>c) RELICÁRIO significa coisa preciosa, de muito</p><p>valor, ou lugar onde se guardam preciosidades.</p><p>Esse título, relacionado ao contexto, isenta o texto</p><p>de ironia.</p><p>d) O adjunto adverbial de lugar, bem como o sujeito</p><p>sintático dos dois primeiros versos criam a ironia</p><p>nesse primeiro período, sem que haja a</p><p>necessidade de avançar na leitura.</p><p>e) O último verso mostra uma linguagem</p><p>inadequada à poesia, bem como aos personagens</p><p>sugeridos, já que inclui um nobre, como falante, o</p><p>Conde D'Eu. Essa incoerência do texto constitui</p><p>uma falha da argumentação.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>OS CÃES</p><p>- Lutar. Podes escachá-los ou não; 1o</p><p>essencial é que lutes. Vida é luta. Vida 2SEM LUTA</p><p>é um mar morto no centro do organismo universal.</p><p>DAÍ A POUCO demos COM UMA BRIGA</p><p>3de cães; fato que AOS OLHOS DE UM HOMEM</p><p>VULGAR não teria valor. Quincas Borba fez-me</p><p>parar e observar os cães. Eram dois. Notou que 4ao</p><p>pé deles estava um osso, MOTIVO DA GUERRA, e</p><p>não deixou de chamar a minha atenção para a</p><p>circunstância de que o osso não tinha carne. Um</p><p>simples osso nu. Os cães 1(6)mordiam-se, rosnavam,</p><p>COM O FUROR NOS OLHOS...</p><p>Quincas Borba</p><p>meteu a bengala 5DEBAIXO DO BRAÇO, e parecia</p><p>EM ÊXTASE.</p><p>- Que belo que isto é! dizia ele de quando</p><p>em quando.</p><p>Quis arrancá-lo dali, mas não pude; ele</p><p>estava arraigado AO CHÃO, e só continuou A</p><p>ANDAR, quando a briga 2(7)cessou INTEIRAMENTE,</p><p>e um dos cães, MORDIDO e vencido, foi levar a sua</p><p>fome A OUTRA PARTE. Notei que ficara</p><p>sinceramente ALEGRE, 6posto contivesse a</p><p>ALEGRIA, segundo convinha a um grande filósofo.</p><p>Fez-me observar a beleza do espetáculo, relembrou</p><p>o objeto da luta, concluiu que os cães tinham fome;</p><p>mas a privação do alimento era nada para os efeitos</p><p>gerais da filosofia. Nem deixou de recordar que em</p><p>algumas partes do globo o espetáculo é mais</p><p>grandioso: as criaturas humanas é que 3(8)disputam</p><p>aos cães os ossos e outros manjares menos</p><p>APETECÍVEIS; luta que se complica muito, porque</p><p>entra em ação a inteligência do homem, com todo o</p><p>acúmulo de sagacidade que lhe deram os séculos</p><p>etc.</p><p>Questão 12</p><p>Algumas características presentes no texto "Os</p><p>Cães" permitem reconhecer nele um excerto de</p><p>"________", romance que se constitui em sátira,</p><p>velada por uma ironia olímpica e um humor à</p><p>inglesa, às instituições burguesas, em torno de sua</p><p>chaga maior, o adultério.</p><p>a) "Memórias Póstumas de Brás Cubas"</p><p>b) "D. Casmurro"</p><p>c) "Esaú e Jacó"</p><p>d) "Angústia"</p><p>e) "NDA"</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>MEU GURI</p><p>Chico Buarque</p><p>Quando, seu moço, nasceu meu rebento</p><p>não era o momento dele rebentar,</p><p>já foi nascendo com cara de fome</p><p>e eu não tinha nem nome pra lhe dar.</p><p>Como fui levando, não sei lhe explicar</p><p>fui assim levando, ele a me levar,</p><p>e, na sua meninice, ele um dia me disse</p><p>que chegava lá. Olha aí, olha aí...</p><p>Olha aí, ai o meu guri, olha aí</p><p>Olha aí, é o meu guri. E ele chega.</p><p>Chega suado e veloz do batente</p><p>e traz sempre um presente pra me encabular.</p><p>Tanta corrente de ouro, seu moço,</p><p>que haja pescoço pra enfiar!</p><p>Me trouxe uma bolsa, já com tudo dentro,</p><p>chave, caderneta, terço e patuá,</p><p>um lenço e uma penca de documento</p><p>pra finalmente eu me identificar, olha aí...</p><p>........................................................................</p><p>Chega estampado, manchete, retrato</p><p>com venda nos olhos, legenda e as iniciais.</p><p>Eu não entendo essa gente, seu moço,</p><p>fazendo alvoroço demais.</p><p>O guri no mato acho que tá rindo,</p><p>acho que tá lindo de papo pro ar.</p><p>Desde o começo eu não disse, seu moço?</p><p>Ele disse que chegava lá! Olha aí, olha aí...</p><p>Olha aí, ai o meu guri, olha aí</p><p>Olha aí, é o meu guri...</p><p>BUARQUE, Chico. Almanaque,CD 5 10 010-2,</p><p>PolyGram, 1993.</p><p>TEXTO IV</p><p>MUDANÇA</p><p>Na planície avermelhada os juazeiros</p><p>alargavam duas manchas verdes. Os infelizes</p><p>tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e</p><p>famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas</p><p>como haviam repousado bastante na areia do rio</p><p>seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia</p><p>horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos</p><p>juazeiros apareceu longe, através dos galhos</p><p>pelados da caatinga rala.</p><p>Arrastaram-se para lá, devagar, sinhá</p><p>Vitória com o filho mais novo escachado no quarto e</p><p>o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio,</p><p>cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa</p><p>correia presa ao cinturão, a espingarda de</p><p>pederneira no ombro. O menino mais velho e a</p><p>cachorra Baleia iam atrás.</p><p>Os juazeiros aproximaram-se, recuaram,</p><p>sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar,</p><p>sentou-se no chão.</p><p>- Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o</p><p>pai.</p><p>Não obtendo resultado, fustigou-o com a</p><p>bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou</p><p>acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os</p><p>olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e</p><p>esperou que ele se levantasse. Como isto não</p><p>acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado,</p><p>praguejando baixo.</p><p>RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 64ª ed.,Rio de</p><p>Janeiro, Ed. Record, 1993, p, 9.</p><p>TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:</p><p>A LINGUAGEM DE BABEL</p><p>O idioma usado pelos que circulam nos</p><p>corredores do FMI e BIRD parece grego para a</p><p>maioria dos mortais, embora os gregos jurem que</p><p>também não entendem aquela língua. Os</p><p>economistas dizem que são fluentes mas é possível</p><p>ouvi-los embaralhando a pronúncia. Os jornalistas</p><p>que cobrem a área fingem domínio, mas denunciam</p><p>sua ignorância quando disputam, aos tapas, as</p><p>edições do livro Glossário do FMI. A obra é um</p><p>dicionário de termos com versões em inglês, francês</p><p>e espanhol.</p><p>(ISTO É, 18.10.95)</p><p>Questão 13</p><p>O Texto está resumido no(s) seguinte(s) item(ns):</p><p>1. A língua usada nas instituições econômicas</p><p>internacionais é muito complicada. Nem os</p><p>economistas entendem e os jornalistas consultam</p><p>dicionários para poder entendê-la.</p><p>2. O grego é a língua falada nas instituições</p><p>econômicas como o FMI e o BIRD. Os economistas</p><p>entendem porque falam bem o grego, mas os</p><p>jornalistas necessitam de dicionários para entender.</p><p>3. A linguagem dos economistas do FMI e do BIRD</p><p>é tão rebuscada, que parece grego. Os termos não</p><p>são entendidos nem pelos jornalistas</p><p>especializados.</p><p>4. Os economistas do FMI e do BIRD fingem ser</p><p>fluentes no jargão utilizado nas instituições, mas</p><p>frequentemente não sabem pronunciar os termos</p><p>utilizados. Além disso, um dicionário com versões</p><p>em inglês, francês e espanhol é sempre consultado</p><p>por jornalistas que, no entanto, fingem dominar o</p><p>texto.</p><p>5. Nem os jornalistas especializados entendem o</p><p>jargão econômico usado no FMI e no BIRD,</p><p>necessitando do auxílio de dicionários. Os</p><p>economistas pronunciam mal os termos e, embora</p><p>se diga com ironia que este jargão parece grego</p><p>para o usuário comum, os próprios gregos não</p><p>conseguem entendê-lo.</p><p>Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns):</p><p>a) 1, 2 e 3;</p><p>b) 2, 4 e 5;</p><p>c) 4;</p><p>d) 1, 3, 4 e 5;</p><p>e) 1, 2, 3 e 4.</p><p>GABARITO</p><p>1.</p><p>a) A "percepção do contrário" consiste no</p><p>reconhecimento de uma situação que contraria o</p><p>esperado. O "sentimento do contrário" consiste não</p><p>só em reconhecer essa situação oposta, mas</p><p>também entender os motivos que a provocaram.</p><p>b) Ao percebermos que aquela senhora não</p><p>corresponde ao que uma velha senhora deveria ser,</p><p>rimos (...).</p><p>2. a)</p><p>3. e)</p><p>04. a)</p><p>05. Temos dois sentidos: o literal, tal jantar seria</p><p>importante; e o irônico, que é o oposto do primeiro:</p><p>tal jantar não teria nenhuma importância, como se</p><p>entende do diálogo do segundo quadrinho.</p><p>A resposta de Hagar mostra que sua fala anterior</p><p>era irônica e que, portanto, ele não atribuía</p><p>importância ao rei da Inglaterra, fingindo o contrário</p><p>apenas por temor da mulher.</p><p>06 a)</p><p>07 a)</p><p>08. c)</p><p>09. c)</p><p>10. a)</p><p>11. b)</p><p>12. a)</p><p>13. d)</p><p>Acesse outros materiais no site:</p><p>www.profjorge.com.br</p>
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